domingo, 12 de abril de 2020

Que bebida sem sabor...


Combinamos às cinco,
Cheguei às quatro,
E tu às seis,
Como que almas desencontradas.
Não perdemos tempo,
Já só tínhamos meia hora,
Para apreciarmos olhares,
E sentirmo nos vivos.
Com a calma assente,
Que a pressa era precisa,
Para não se perder,
Nem mais um segundo.
No som do mar,
Nos encontramos juntos,
Em copos bebidos,
Numa esplanada vazia.
O encontro mais parecia,
Um reencontro entre duas almas,
Que nunca antes,
Se tinham visto.
Observar como bebias,
E com o olhar penetravas,
A alma que sorria,
Por saber que ali estavas.
Sem noção do que se passou,
Em redor do local,
Mas que de vazio não estava,
Apesar de estarmos a sós.
Cantada e bebida,
Num espaço que libertava,
A mente mais presa,
E que pedia um recanto a mais.
No desejo viveu se,
Perdeu mais que um beijo,
E a pele que não se tocou,
Mas que ansiava de morte.
Com o sonho veio a vida,
O desejo se ficou,
Pelo que um dia,
Sem demoras voltará.
Os olhos se abriram,
E viram as asas voar,
Deixando na mente,
Que o momento terá sido real.
Não sei a que sabia,
A bebida bebida,
Mas sei que repetir valia,
Pela memoria fica mais um dia.

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