terça-feira, 7 de abril de 2020

A Mãe de Salto Alto...


Habituado ao teu andar,
Em horas de ponta,
Como se nada fosse,
Num salto alto contente.
Ficavas mais alta,
Com mais de meio metro,
E o sorriso que tinhas,
Por andares sempre de salto.
Um dia passei te,
Mesmo tu de salto,
Colocar meu queixo,
No alto de tua cabeça.
Assim permaneces em mim,
A dona dos saltos altos,
Que me faziam sorris,
De te ver correr neles.
Hoje dizem não conseguir,
Que já não sabes,
Até como fazias,
Quando andavas sempre neles.
Hoje olho para trás,
E vejo te sempre neles,
Mesmo quando usas,
As sapatilhas mais reles.
Do cimo dos sapatos,
Ou até dos saltos,
Teu sorriso era igual,
O que hoje ainda tens.
Não me perdi de ti,
Apenas me afastei do Mundo,
Por saber o que fiz,
E sofreste assim para o muito.
Hoje sei que os saltos,
Não eram só para ti,
Mas sim por nós,
Para nos fazeres sorrir a sós.
Sei que desapareceram,
Também pelo teu correr,
De tantas horas por mim,
A caminho do hospital.
Ainda recordo sempre,
Como usavas teus saltos,
E que bem que te faziam,
Ficar mais alta que meio metro...

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