sexta-feira, 10 de junho de 2022

Faz a tua tela perfeita...


Desenha na minha alma,
O quadro mais belo,
Que possas imaginar,
E deixa em mim o sonho.
Faz me sentir o desejo,
De um menino criança,
Que adora o sensual,
Encarnado de sexual.
Permite a mente aberta,
Entre dois seres,
E traz os pinceis,
De tinta permanente.
Encontra no meu corpo,
O teu desejo permanente,
Da mesma forma,
Que me ensinaste a mim.
Permite que o tempo passe,
Em nós dois juntos,
Da mesma forma,
Que as línguas percorrem o corpo.
Demonstra que somos um,
Em dois corpos separados,
Mas em união constante,
De sensualidade permanente.
Cola teus lábios nos meus,
Usa teus dedos na minha pele,
Arrepia me sem mais não,
E sente o meu desejo.
Não temas o que seja,
Ultima a tua tela,
No meu corpo já nu,
Em cheio de desejo teu.
Percorre com a boca,
Usa teus dedos,
Senta na minha cara,
Provoca sem limites.
Faz que o orgasmo exista,
Em força e desejo,
Com a boca ou a mão,
E até mesmo ela húmida.
Testa os teus limites,
Alarga os horizontes,
Provoca sem dar nada,
Deixa me assim com vontade.
Podes começar na sala,
Percorrer o corredor,
Encontrar me no banho,
Ou até mesmo na varanda.
Deixa ver o que tens,
Encarna a tua melhor artista,
E no meu corpo,
Faz a tua tela perfeita...

 

Hoje fico assim...


Sentado na varanda,
Ansiando a chegada,
Pode vir de cima,
Do lado ou de baixo.
Encontro me aqui,
Esperando algo,
Que sei que não acontece,
Em dias assim.
Poderia aparecer uma lingerie,
Um corpo delicioso,
Em roupão ou casacão,
Sem roupa por baixo.
Não esquecer os saltos altos,
De tacão bem fino,
Onde o andar fica sensual,
De uma ternura sexual.
Podem vendar e abusar,
Hoje só queria ser reu,
Já que sei que não sou rei,
Onde o corpo fica bem à merce.
Desenvolve o poder,
Que poderias ter em mim,
Usa me de todas as maneiras,
Sem dó nem piedade.
Encontra me aqui,
Sentado à tua espera,
Mas a espera vai ser longa,
Pois não sentes a chamada.
Hoje fico assim,
No estado de sitio,
Onde o corpo cansado,
Não deixa a mente parar...

 

Sinto me sem sentir nada...


Acalmem o meu cérebro,
Deitem me no peito,
Acarinhem meu cabelo,
E façam o mundo parar.
O tempo sem caminho,
A sala que não se fecha,
A solidão que se mantém,
Mesmo em salas cheias.
Deixem me ser eu,
Ouçam o que digo,
Apresentem que acreditam,
E sintam o meu rumo.
Reflexo de mim,
Encontrado nas gotas de chuva,
Onde na seca se perde,
O que eu mesmo sou.
Julgado pelo ser,
De rir e sorrir,
Apenas desejo paz,
No local que escolhi.
Emoções ao rubro,
O passado sempre presente,
De um futuro traçado,
Enlouquecendo no momento.
Invisível no sentir,
Tocando na vontade,
Deitando na paz,
E acordando no inferno.
Sequencia dos tempos,
Que já foram sem serem,
Até no reflexo dos passados,
Apanhando sem culpas.
Já fiz e assumo,
As minhas asneiras,
Nos tempos que já foram,
Mas que hoje perseguem muito.
Gostava que acreditassem,
Que seguissem o sonho,
Não que tudo fosse luta,
Por algo não vivido comigo.
Sinto me cansado,
Sinto me sem forças,
Sinto me fechado,
Sinto me sem sentir nada.


 

Os tempos de paz...


Já me encontrei perdido,
Já me perdi encontrado,
Já tentei chegar ao Sol,
E até mesmo à lua.
Fiz e refiz,
Desfiz e voltava a fazer,
Entrava sem querer,
E saia sem mais poder.
No limite ando sempre,
Encontrado pelas estrelas,
E desfeito nos trovões,
Acarinhado pelo solo.
Tentei ser eu,
Até procurei outro eu,
Frequentei salas e buracos,
E do poço não saio.
Travei lutas internas,
Lutei demais nas externas,
Cansei de mostrar que sou eu,
De refilar que existo.
Voava para o Sol,
De bom grado,
Mas sei que se lá chegar,
Ele deixará de brilhar.
Guiava até à lua,
Sabendo do seu brilho,
Mas com a certeza,
Que se parasse ela não brilhava mais.
Sentado sem rumo,
Levantado para levar pancada,
Deitado a cabeça não para,
Já sem saber onde estar.
Da paz ao inferno,
São sempre segundos,
Mas do inferno à paz,
Demora imensos tempos.
Desliguem a ficha,
Aquela que assinei,
Onde aceitei ser saco de boxe,
Pois de pancada estou farto.
Já não sei que dizer,
Até mesmo o que fazer,
Sei que não me ouvem,
E até nem acreditam em mim.
Quero ter o poder,
Que todos dizer ter,
Onde sou bom no que faço,
E o caminho a seguir.
Desliza o rato,
Carrega no botão desligar,
E faz recomeçar,
Os tempos de paz...