Hoje vai ser no Burlesco,
Sem regras dentro de paredes,
Onde o meu corpo será teu,
E depois será teu o meu.
Onde a dança sem fim,
Vai ter foto no inicio,
E no meio de tanto prazer,
A foto feita no final.
Em que um ganhará,
E outro perderá,
Na promessa de acontecer,
O prémio ao vencedor.
Que se encontre o caminho,
Que se trace na parede,
As chegadas ao topo,
Como que a contar o dia.
Que no sorriso deserto,
De quem pressente que hoje,
A noite começa de dia,
E acaba no calor.
Que se liguem os dispersores,
Que se encontre o corpo,
De onde se pode encher o copo,
Com o prazer do suor.
Deixa o tempo voar,
Acontecer o momento,
Deixar a liberdade Aconchegar,
E o desejo a aumentar.
Que se perca o pudor,
Que se largue a loucura,
Que valha tudo,
Dentro dos desejos a dois.
Entregue se a piscina,
Deixe se a banheira cheia,
Com a água pronta,
Para poder lá continuar.
Que seja entre paredes,
E que se oiça na rua,
Que seja perto da lua,
E onde o resistir seja intenso.
Que se usem cremes,
Óleos e velas,
Que se abra o vinho,
E que se deixe a lareira acesa.
Julgue se no final,
Pelos prazeres conseguidos,
Escolha se o melhor caminho,
E fique se no fim quieto.
Que se larguem as mariquices,
Que se prendam as madrinhas,
Que se revoltem os anjos,
E que esta noite seja do Diabo.
Oculte se os medos,
Largue se a vontade,
Mostre se o que se vale,
E no fim prove se que tinham razão.
Ou então que seja feita,
A vontade dos heróis,
E a fala seja mais que isso,
E a prova de que se sabe o que se faz.
Retrate se com desculpas,
Ou até de joelhos,
Se abram as pernas,
E se coloquem entre os ombros.
Deixe a boca navegar,
O dedo fervilhar,
Ele entrar e sair,
E o grito não mais acabar!!!
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