terça-feira, 25 de abril de 2023

A luta do meu reencontro...


Hoje no amanhã me vou,
Sem destino certo,
Percorrer o alcatrão,
Sem o aviso mais prévio.
Acorrentado no pensamento,
Situado no encalhado,
Doando minha água,
Que sem demais quero ter.
Partilhar o meu ser,
Entregar me nos anjos,
Deixar o acontecer,
Pelo que sentido fizer.
Terei uma carta de ouros,
Ou será de espadas,
Não entendo o que tenho,
Só sei que na mente me perco.
Encontro me sem alma,
Um corpo no vazio,
Uma fala desbarata,
Onde já nem eu me entendo.
Calo na voz que grita,
Revolto me no interior,
Onde reflexos de nada,
Fazem ecoar os sinos.
Darei o sentido vivo,
De onde já me perdi,
Sei que existo ainda,
Porque o corpo ainda respira.
Solto o berro surdo,
Que a mente sussurra,
Sem ardor nem magia,
De uma ordem terrena.
Quero a minha razão, 
De uma raiz partida,
Onde a água não cura,
E o tempo não sara.
Difícil ser este eu,
Que sem rumo se encontra, 
O trabalhar de um ser,
Que beleza perdura.
Há alma dentro dele,
Que não se encontra no já,
Reerguer o tempo perdido,
De uma busca difícil.
Já parei o meu tempo,
O tempo já me parou,
Mas nem nunca assim foi,
Difícil de me encontrar.
Já so penso no hoje,
O ontem não chegou,
O amanhã esta distante,
O meu ser assim voou.
Ondas de pensares,
Maresia de olhares, 
Sentimento aberto,
De me querer encontrar.
Deixar no tempo,
A resposta que não encontro,
Assistir de fora,
E o tardar do regresso.
Encontro do sorriso,
Fugido pelo momento,
Onde os olhares com água,
Se enchem como uma fonte.
Perdi me no achado,
Encontrei me no nada,
Acomodado sem querer,
Na fuga do prazer.
Deixa me soltar,
Das amarras que criei,
Na ajuda me permiti,
A luta do meu reencontro.


 

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