terça-feira, 28 de março de 2023

E hoje só quero o meu lugar...


Revolta me a revolta,
De não poder expressar,
O que sinto e desejo,
E que sempre seja mal entendido.
O interior despedaçado,
Não precisa de mais facas,
Que cortado já está ele,
Sem demais cortes.
Falar e mais falar,
Sem deixar rasto,
De perceção estranha me,
Que só em certos locais aconteça.
Mas sei que estou no caminho,
De me entender ainda mais,
E quem quiser perceber,
Sou mesmo um livro aberto.
Onde a calma existia,
A dor passou a estar,
Foram anos de tortura,
Sem ninguém se aperceber.
O corpo e a mente,
Disse basta já agora,
Quero te permanente,
Sem estares dormente.
E hoje caminho lento,
Com o meu ser,
Que de tanta dor,
Não se encontra com luz.
Sei o que quero,
Só sei que hoje não posso,
E o caminho será longo,
Para na dor não estar mais.
Dizem que o Mar acalma,
O som exercita a alma,
O passeio e as vistas,
Fazem bem ao malicioso ser.
Mas onde quer que passe,
Sei que estou sozinho,
E o desejo de estar,
É que a cura exista.
Encontro me na alma,
Já perdida de si,
De em tanto falar,
Ter acertado em tudo.
Mas os ouvidos não queriam,
Não deixavam que ouvissem,
E hoje sofro por erros,
De pessoas que não ouviram.
Mas as escolhas,
Essas foram minhas,
Aceito a dor que tenho,
E o caminho a passar.
Do passeio fez se montanhas,
Da travessia mais uma carga,
Da viagem uma conquista,
E hoje só quero o meu lugar...

 

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