segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Acabou se sentindo...


Hoje o sim é não,
O não tornou se sim,
O encontro desencontro,
E o tempo não parou.
No dicionário do tempo,
O sim nem sempre é sim,
Nem o não é não mesmo,
E a confusão fica assim mesmo.
Na dor percebe se o tempo,
Que é a única coisa,
Que olhamos e vemos mesmo,
De resto tudo sem sentido.
Até sintomas de Pânico,
Cresceram dentro de peito,
Acalmados pelo respirar,
Que foi preciso aprender.
A dor intensa não passa,
Na decisão que foi tomada,
Mesmo com a saudade,
Que não deixa da noite ao dia.
Já nem os tempos áureos,
Onde os Rabos eram lei,
Conseguem acalmar,
A dor que se sente.
O inclusivo passou a externo,
O tempo não se apaga,
O vivido é intenso,
E o sabor de doce mel.
Não se perdeu a lembrança,
Não se esqueceu o vivido,
Nem um segundo mudava,
Só pedia para ser ouvido.
Por mais que pare,
A mente não consegue,
O cérebro manda mais,
Até mesmo do que eu.
Alarga a viagem,
Vai onde nasceste,
Acorda no amanha,
E sente um aroma diferente.
Dizem que o Colo ajuda,
E sim o toque acalmou,
Bastou pegar no dedo,
E a mãe continua milagreira.
Julgando por tudo que passei,
Até mesmo o que não chegou,
Foi nas frases ditas,
Que a dor não morreu.
Perdi no regresso do fim,
Perdi no ingresso do fim,
Perdi no momento do fim,
E a perca ficou afim.
Regular sem ordem,
Provocar sem realeza,
Altivos laivos de raiva,
Doaram sensações frias.
Acabou se sentindo,
Dois seres falantes,
Que se deixaram de ouvir,
Sem olhar no futuro...

 

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