segunda-feira, 13 de julho de 2020

Os pés assentes



Nas pontes de ida,
Temos a volta em vida,
Com sonhos alcançados,
Pelas verdades estilhaçados.
No tremor de atravessar,
Os pés a cada toque,
Pelo chão se arrastam,
Pedindo mais em troque.
Na fúria de mãos nos pés,
Entre a calçada e o ar,
Nas trocas pendentes,
Em alegorias que respiram.
Os voos ficam a galope,
De alcance celestial,
Não sei onde colocar as mãos,
Se os pés não arriscam.
Em loucuras constantes,
De premeios fugitivos,
Gostaria de os pés assentes,
Numa Terra premiada.
Entre as dificuldades prementes,
De um alcance notável,
De uma voz que se amordaça,
E o canto assim se ilumina.
Não mais pressinto o tremor,
Onde o desejo de alcançar,
A vida sem tremeliques,
De meter os pés pelas mãos.
Em arranque de pudor,
Largo o que a mente deseja,
Sem limites de oração,
Para assentar os pés na Terra.

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