domingo, 14 de novembro de 2021

Fico Aqui Assim Mesmo Sozinho...


Carrego comigo meus pecados,
Os que fiz,
E até já os que não fiz,
Sempre com eles colados.
Todos têm direitos,
Eu já sei que só deveres,
Tenho que entender,
Mas ninguém a mim me entende.
Sofro por ser assim,
Culpo me até de pensar,
Sonho com o dia perfeito,
Onde se deixe respirar.
Acalmo a mente na luz,
Acelera no silencio da noite,
A travessia do meu ser,
Incorre no ponto de luar.
Fielmente a mim mantenho,
E a quem me quer perto.
Perco me no bem querer,
Pois pareço sempre um monstro.
Entendimento a quem chega,
Perceber o mundo ao avesso,
Sentir que não sou mais um,
Mas consigo ser um nenhum.
Encontro a noite fingida,
Pelo dia de Sol fugidio,
E o silencio da multidão,
Faz esquecer a dor na alma.
Já sinto a dor no peito,
De que vou falar o que sinto,
Sem ouvirem o que digo,
Pelo entendimento do sentimento.
Cada vez mais certo de ser único,
Onde apenas eu me entendo,
O caminho faz se comigo,
E com quem ao lado pertenço.
Sinto vazio na barriga,
De quando falo o que sinto,
Pois o silêncio é resposta,
E o frio calculista puro.
Sem ardor nem pudor,
Do passado vou ter a fama,
No proveito deitei me na cama,
E agora a apenas quero bem feita.
Já tive momentos,
Já tive ocasiões,
Da mentira não transmito,
E a pureza ficou em mim.
Entreguei tudo por mim,
Pela calma de vida sã,
Mas até assim sofro,
Por ter sido o que fui.
Tu e eles podem sentir,
Podem dizer o que quiserem,
Sempre aqui para ouvirem,
Mas e eu.
Eu fico no vazio,
De não poder sentir,
Nem falar nada,
Pois acabo por ser esquecido.
Não importa o que digo,
Ou até o que sinto,
Posso falar a duzentos,
Mas são alertas do meu ser.
E hoje ficou a prova,
Que do frio siberiano,
Ao distanciamento polar,
Fico aqui assim mesmo sozinho.

 

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