quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Ser o meu não ser...



Naquela nuvem que sobrevoava a mente,
Naquele raio de luz que iluminava o olhar,
Diante daquela montanha rasgada,
Calmamente flutuava uma brisa,
Que facilmente se sentia,
Ali logo ao pé da última onda marítima.
Perdido no tempo,
Encontrado no horizonte,
Pegando na nuvem,
Encontrei pedaços de ser.
Foi na calma e no sossego,
Que de gritos se ouviram,
Como que a pedir,
Por uma ajuda imaginaria.
Fiquei parado ali,
Pensando no que fazer,
Até que me dispus,
A sentir que ser queria,
Saltei até ao finito,
De um lugar tão infinito,
Que por estar com pés no chão,
Sua beleza percebia ter.
Gostava de sentir,
O que naquela nuvem vinha,
Pois de tão calma ter,
Seria um ser ou não ser.
Perdi a noção de tempo,
Encontrei o relógio no pulso,
Vi as horas e ali fiquei.
Esperando o tempo parar.
Não vi mais tal nuvem pairar,
Pois se o ser seria ou não,
Apenas senti que queria,
Mais uma vez ser o ser.
Viajei tempos e lugares,
E a paz encontrei,
No único lugar,
Onde nunca sonhei.
Vivi onde quis viver,
Fugi de onde não quis viver,
Vivi em lugares belos,
E no que menos pensei,
Minha paz encontrei,
Quando menos esperei.
E na nuvem quis voar,
Para percorrer o tempo,
E encontrar tal ser,
Que seria sem ser.
E naquela tempestade,
Fiquei sem chão,
Para na nuvem voar,
E encontrar a razão.
Perdi tempo e achei tempo,
Voei no tempo e parei no mesmo,
No distúrbio de uma paz singela,
Percebi onde minha paz seria.
Foi ali naquela nuvem,
Que meu ser se tornou ser,
Onde o mais agrado ser,
Permitiria ser ou não ser.
E assim na nuvem de luz,
Vi a montanha rasgada pela brisa,
De um ser meu ser,
Que não ser seria meu ser...







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