Entrega te de alma,
Que o corpo já foi,
E a mente já lá está,
E sem dar conta fodeu-se.
Onde o coração manda,
O sentido oculta,
O pensamento de perca,
Ou o desejo de ganhar.
Tente se doar,
Os medos do nada,
O passado escrito,
Que hoje nos faz ser assim.
Únicos no poder,
De olhar e sentir,
De tocar e perceber,
Que a alma está ali.
Que os olhares se percam,
Que os toques não escapem,
Que os beijos durem,
Que os arrepios aconteçam.
Onde a mente deixar,
O corpo permitir,
E a alma deseja,
Seja a entrega feita.
Que se reflita no ar,
O grito dos seres,
Que pretendem sorrir,
E nada mais que isso.
Fique se onde a alma quer,
Aqueça se o copo de chá,
Venham as bolachas,
E que comecem as séries.
Dê se o momento,
Fique se no sofá,
Enrolados na manta,
E o copo de vinho na frente.
Seja a lareira acesa,
Coloque se a lenha,
Viva se a chama,
Daquele instante que dure.
Seja o mimo quente,
Seja o beijo doce,
Seja o carinho atrevido,
E o deitar no peito constante.
Que se aqueça o fogão,
Ligue se o jantar,
Na mente dos aromas,
Que não mais se vão esquecer.
E que a noite perdure,
Na mente dos seres,
Onde a alma ficou ali,
E o corpo não mais se abandonou.
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