terça-feira, 11 de junho de 2024

De múltiplos aparecimentos...


Que apareça o som,
Desvaneça a imagem,
Os olhos fiquem baços,
E o corpo dormente,
Que apresentes o tempo,
Que se queira presente,
Onde meu corpo se usa,
Apenas como prazer.
Que se fique no carro,
Na cama ou sofá,
Que a língua se solte,
E os gemidos existam.
Que se larguem as loucuras,
Que o tempo pare,
Para ver o prazer,
Na primeira fila.
Que as cameras filmes,
Que o Mundo exista,
Como um olho apenas,
E ali se veja o real prazer,
Que se possa beijar o rabo,
Que as coxas se coloquem nos ombros,
Que os dedos percorram,
As curvas ali mesmo.
Que se molhe e humedeça,
Para se sentir a loucura,
Sem permitir desvaneios,
Em tempos percorridos de língua.
Aceite o destino,
Que se prendam os pulsos,
Que se abram as pernas,
E o percorrer seja bem húmido.
Que se deixe a pele,
Arrepiada de inicio,
Ao seu fim destinto,
De orgasmos perto.
Que os gritos aconteçam,
Que a língua comece,
Na planta dos pés,
Até à cintura em curva.
Devolva se ao Diabo,
A vontade de curtir,
As almas ali encontradas,
Em viagens a Plutão.
Que se vire o corpo,
Que retrocesso o processo,
De língua da cintura,
Até aos dedos dos pés.
Que seja o orgasmo o destino,
Que seja o grito de alma,
Que se goste e liberte,
O prazer que se sente.
Que se soltem os dedos,
Que percorram o corpo,
Deixado ali nu,
À espera de toque.
Que se contorça na presença,
Sem o toque ainda,
Mas ansioso por acontecer,
Mais tarde que cedo.
Que oculte se o rio,
Que se deixe para a boca,
O saborear da tentação,
Em explosão consequente.
Sinta se o desejo,
E grite se com força,
E a cama bata na parede,
Avisando a sua chegada.
Que o corpo seja instrumento,
De momento acórdico,
Em sentimento delicado,
De uma língua em buraco.
Trepe se sem sair,
Corra se sem andar,
Divague se sem falar,
E que o olhar se vire.
Que a explosão seja ali,
Na chegada do beijo,
Nos lábios eternos,
De tentação tentada.
Enriqueça se o desejo,
Arranhe se a pele,
Deixe se marcas de desejo,
No ultimo suspiro.
E na descida do pescoço,
O arrepio seja permanente,
De um momento latente,
De chegada à muito a contar.
Que se encontre no lençol,
A mordaça eficaz,
Da chegada da boca,
Ao interior do ser.
E que se trique a sério,
Pois é a valer,
O orgasmo fiel,
De múltiplos aparecimentos... 

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