sexta-feira, 10 de junho de 2022

Os tempos de paz...


Já me encontrei perdido,
Já me perdi encontrado,
Já tentei chegar ao Sol,
E até mesmo à lua.
Fiz e refiz,
Desfiz e voltava a fazer,
Entrava sem querer,
E saia sem mais poder.
No limite ando sempre,
Encontrado pelas estrelas,
E desfeito nos trovões,
Acarinhado pelo solo.
Tentei ser eu,
Até procurei outro eu,
Frequentei salas e buracos,
E do poço não saio.
Travei lutas internas,
Lutei demais nas externas,
Cansei de mostrar que sou eu,
De refilar que existo.
Voava para o Sol,
De bom grado,
Mas sei que se lá chegar,
Ele deixará de brilhar.
Guiava até à lua,
Sabendo do seu brilho,
Mas com a certeza,
Que se parasse ela não brilhava mais.
Sentado sem rumo,
Levantado para levar pancada,
Deitado a cabeça não para,
Já sem saber onde estar.
Da paz ao inferno,
São sempre segundos,
Mas do inferno à paz,
Demora imensos tempos.
Desliguem a ficha,
Aquela que assinei,
Onde aceitei ser saco de boxe,
Pois de pancada estou farto.
Já não sei que dizer,
Até mesmo o que fazer,
Sei que não me ouvem,
E até nem acreditam em mim.
Quero ter o poder,
Que todos dizer ter,
Onde sou bom no que faço,
E o caminho a seguir.
Desliza o rato,
Carrega no botão desligar,
E faz recomeçar,
Os tempos de paz...

 

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