quarta-feira, 25 de maio de 2016

Subir com a língua...



Subo na rua de calçada,
Atrás de uma senhora,
Que de vestido justo ia,
Apreciando cada curva.
Percebo que nos deslocamos,
Para o mesmo sítio,
Mesmo local,
Mesmo sem ter nada combinado.
Ela entra pela porta,
Deixa a entreaberta,
Percebendo que venho atrás,
E sorri ali mesmo.
Pelos quadros pendurados,
Meus olhos passam rápido,
Sempre procurando,
O vestido justo de há pouco.
Encontro novamente o olhar,
O mesmo sorriso,
É aquele vestido,
Que delimita o corpo.
Paramos a ver,
O mesmo quadro,
Cruzamos olhares,
E sorrimos.
Ela sai,
Para e olha para trás,
E vê se a sigo.
Percebo a dica,
Vou atrás dela,
Sigo seus passos,
E ela sorri.
Leva me sem dizer,
Apenas caminhando,
Para uma rua,
Que não tinha saída.
Encosta se a parede,
Pedindo sem falar,
Beijos loucos,
E toques ardentes.
Quando o calor aperta,
Da boca dela sai,
Uma frase curta,
Vem comigo e vamos ao céu.
Sem querer saber,
Com ela vou,
Até onde ela quiser,
Só para sentir o céu.
Paramos num motel,
Subimos até ao quarto,
Onde as roupas desaparecem,
E a pele pede beijos.
Percorro com os dedos,
Todas as linhas dela,
Arrepiando cada linha,
Fazendo pedir mais.
Minha língua desenha,
Círculos na pele,
Que já queima,
Com o calor ardente.
Ela pede mais,
Quer voar sem sair,
Quer o céu,
Apenas e só,
Com os dedos e língua.







Sem comentários: