quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Realização do momento...


Naquele calor de tarde primaveril, em pleno inverno, sentamos e olhamos para o horizonte, vimos e descobrimos que ninguém nos via, ninguém nos ouvia, ninguém nos sentia, apenas éramos dois em um só local e assim ficamos admirando a paisagem bela que se aproximava das nossas almas... Conseguimos nessa altura, percorrer o corpo do outro sem lhe tocar, sem o despir, sem abrir os olhos... Arrepiamos cada pedacinho que percorríamos, apenas com o sussurrar, apenas com a sensação de que estávamos realmente a ser tocados e a tocar... Estivemos assim, minutos longos, sem tocar e sem abrir os olhos... Quando nos apercebemos, estávamos como se estivéssemos a viajar pelas nuvens que nos brindavam com a sua cor, de longe a longe... Nesse momento, combinamos não abrir os olhos e sentir apenas o que os nossos corpos sentiam, e fomos-nos despindo peça de roupa a peça de roupa, beijando-nos a cada intervalo e passando os dedos pela pele que ia ficando desnudada... Assim, percebemos fortemente as emoções que íamos sentindo, percebemos a excitação que se ia apoderando dos nossos seres... Julgando pelos nossos corpos, percebíamos onde nos ia levar, mas queríamos sentir melhor... Assim, fomos navegando pelos corpos desnudados e completamente ansiosos pelo toque, pelas sensações... E assim foi, até não termos mais peças de roupa para tirar, e apenas termos os nossos corpos nus, frente a frente... Ai, foi quando abrimos os olhos e deixamos que o momento tomasse conta de nós e apenas acabamos quando as estrelas tomaram conta do céu e nos mostraram o caminho para o mais belo restaurante paradisíaco que podia existir naquele locar... Assim, fomos, comemos alguma coisa, e deixamos que o carro nos levasse para onde a noite não mais acabaria... E ao parar, olhamos um para o outro, sorrimos, e percebemos que mesmo quando não pensamos em nada, o momento leva-nos sempre até ao céu e viaja connosco o tempo de felicidade e de maravilhosas sensações que tanto amamos... E mais uma vez, provamos a nós próprios que somos nós que fazemos o momento e que nada do que esteja à volta incomoda na sua realização...

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