sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Na tentação de ser eu...


Perceber o Mundo,
Como ele é,
Faz me entender,
Que dele não faço parte.
Entender que existe,
Sentimento forte,
Sem demonstrar o existir,
Pela preferência de outro.
Só que eternamente,
Serei sempre o que sou,
Sem mudar o que sinto,
Não me faço entender.
Deixo marcas em mim,
Acarreto dores sem fim,
Prazeres que se acabam,
Em tempos de guerra.
A mente persiste,
Em não existir,
E não fazer desistência,
Me deixa assim perdido.
A coragem perdida,
A vida tentada,
A fúria que não acaba,
De me sentir segundo.
Onde reclamar não faz sentido,
Pois só eu sinto a dor,
Só eu existo assim,
No Mundo não me encaixo.
Enriquecido pelas passagens,
Pelas aprendizagens,
Que não me fazem sentir,
Como primeira escolha.
Perder as palavras,
Ocultar pensamentos,
Deixar vago o que sinto,
Sem poder mesmo exprimir.
Avassalador o momento,
O silêncio perturbado,
O grito que existe,
Sem abrir a boca.
A tentativa de ser eu,
Só me deixa no chão,
Sem poder falar,
Sem mesmo poder sentir.
Sou cada vez mais,
Um ET neste Mundo,
Onde pensei encaixar,
E não pertenço nele.
Traria o investimento,
De poder descobrir,
O que sou e o que sinto,
Mas a prisão é o destino.
Gastaria todos os segundos,
Apenas e só,
Para poder dizer,
Eu existo aqui.
Ocultaria o pensar,
Esconderia o sentir,
Escolheria ser mudo,
Só para existir aqui.
Inculto deste estado,
Onde perco me intensamente,
Sem conseguir mudar,
E viver ao segundo.
Aceitar a segunda escolha,
Que sinto dentro de mim,
Como algo natural,
Que este mundo persiste.
Julgaria o meu pensar,
Acabaria o sentimento,
Fugiria do cair,
Na tentação de ser eu...


 

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