sexta-feira, 29 de julho de 2016

Entrando e sentindo...




Entro pelo mar pequeno,
Sinto cada corrente do rio,
O riacho que se mexe,
Na enorme gota de água.
Salgado no açúcar,
Pelos doces me arrepio,
No salgado me sinto,
Como pedra adjacente.
Pela pele subo,
No correr me reduzo,
Pela vontade de viver,
Como um louco na ponte.
Viro para a esquerda e voo,
Na direita rastejo,
Pelo centro me fico,
Apreciando casa estrela.
Calado pela vida,
Falante pelo momento,
Calejado na lágrima,
Farejante no sorriso.
Vivendo pela alegria,
Correndo pela direção,
Que o Sol me mostra,
A cada luar preenchente.
Usando e trauteando,
As palavras de sorrisos,
Que se provocam do nada,
Nas ilusões traçadas.
Sou um louco assumido,
Que se sente por demais,
Numa vida estridente,
Em lugares a mais.
Nas estrelas me guio,
No sol me aqueço,
Na lua me deito,
Nas pedras me sinto...





segunda-feira, 25 de julho de 2016

Ser único e em paz...


Ser único ou não,
Que sente o que poucos sentem,
Da forma que não deveria sentir,
A importância de palavras,
Que nos ouvidos ecoam.
Prioridades volvidas,
No meu ser perfilam,
Sentir que sou biblot,
No mundo existencial.
A paz que nasceu,
Ensinou a acalmar,
O que antes revoltava,
Agora apenas denota.
Já percebi que sou,
Sempre o ser,
Que de nada,
Torna tudo.
Mas que o tudo não é,
Até cansar de lutar,
De não ser o tudo,
Por mais que um segundo.
A mente não ajuda,
Neste crescimento doloroso,
Em lágrimas engolidas,
E orgulho revolvido.
Culpado me considero,
De ser o que sou,
Neste mundo perfeito,
Onde mora a minha imperfeição.
Guloso e sedento,
De fazer feliz,
Todos que rodeiam,
Com especiais sorrisos.
Faminto por conseguir,
Perceber o manto,
Que cobre quem amo,
E entender me assim.
Sou apenas e só,
Pó e nuvem passageira,
Num espaço relutante,
Onde a lua cresce.
Nas estrelas refugiu,
No silêncio me encontro,
No peito sinto,
A calma e paz,
Do ser deitado em mim...




quinta-feira, 21 de julho de 2016

As paredes pintadas...



Por entre quatro paredes,
Corpos colados entre si,
Trocados pelo frio da tinta,
Que acabava de secar.
Sons que se avizinhavam,
Calores que se sentiam,
Olhares que se cruzavam,
Dedos que entrelaçavam.
Nos desejos criados,
Pelo toque na pele,
Da tinta fresca,
Confundida com o suor.
O ondular da ventoinha,
Que percorria a tinta,
Fazia mexer cabelos,
É a pele refrescar.
Com a língua percorria-se,
A pele pintada,
De suores e tinta,
Que se juntava ao prazer.
Sentia-se bem,
Qual parede pintada,
Pois na outra,
O calor intensificava mais.
Dedos calejados,
Suaves como pincéis,
Dados a encontros,
Húmidos da pele.
Joelhos que no chão poisavam,
Para outras partes beijar,
É o tempo aqueçer,
Na pele fria da tinta.
A humidade aumentava,
No que escorria pelas pernas,
Por suaves movimentos,
Da língua no seu meio.
Desejos de prazeres.
Vontades de gritares,
Em tremenda quentura,
Que se provoca no prazer.
Em solo pintado,
Os corpos se unem,
Se ouvem gemidos,
Que molhado tudo tinham.
A tinta escorria,
Já misturada no molhado,
Que os corpos colados,
Provocavam entre si...