domingo, 30 de outubro de 2011

Quando a paz não aparece...

Quando acreditamos na paz,
Necessitamos de paz,
Queremos que a paz chegue,
E ela teima em fugir,
Queima o ser por dentro,
Não tendo consciencia,
Que é demasiada guerra cá dentro...
Só na paz me poderei sentir bem,
Só ai poderei voltar a sorrir no olhar,
Juntamente com os labios rasgasdos,
De alegria de viver...
Juntando o antes e o depois,
Vivendo assim na corda bamba,
Sem dó e sem piedade,
Só quero ser eu,
Viver o meu viver...
Antes de mais poder crescer,
Eternamente na saudade do sorriso,
Que tinha antes de fazer,
Os meus doces 14 anos...
Ai a vida sorria,
Não temia o que podia acontecer,
Ali queria voltar,
Sentir o teu sorriso de volta,
Meu amigo Rui...
Depois quando a vida voltava a correr,
Sentia-me desamparado,
Sem parede a ajudar,
Tentando me aguentar,
Mostrando que era forte,
Mesmo sem o ser...
Quando encontrei uma parede segura,
Encontrei uma alma louca,
Mas com segurança de mãe,
Sai da tua beira e pouco depois,
Aconteceu o imprevisto,
Partiste sem avisar,
Sem deixar despedir,
E queria voltar ao café,
Poder falar se sexo,
Sem ter que pensar ser tabu,
Com teus risos das barbaridades que dizia,
E assim me seguravas,
Com aquele amor de mãe,
Mesmo não sendo minha,
Minha amiga Paula...
Sentada no teu sofá,
Sorrindo com o sorriso doce de Avó,
Lembro do que me ensinavas,
Do que me falavas,
Do que aprendi contigo,
Da tua junção se sapatos com a carteira,
Do teu acordar tardio,
Para uma senhora da tua idade,
Aperaltada só para ir tomar café,
Assim me fizeste ter o maximo orgulho,
Na pessoa que o meu Pai fez nascer,
E que sempre com sorrisos nos recebia,
E que tinha uma voz doce e meiga,
Assim ficarás cá sempre,
Sabendo que não me despedi de ti,
Partiste antes de poder chegar,
Mas a vontade de te ter,
Aqui perto de mim,
É mais forte do que eu,
E assim em ti estou,
Sabendo que estás melhor ai,
Com beijos deixo-te,
Minha doce e querida Avó Adilia...
Assim fiquei sem vocês,
Sem parte da minha paz,
Mas sei que me guiam,
Me levam na direcção certa,
Com algumas pedras,
Mas com os vossos sorrisos aguento...
Obrigado por serem parte de mim...
Com recordação fico,
Com o vosso amor me sinto bem,
Com saudades dos vossos sorrisos,
Aqui estou eu assim...

terça-feira, 11 de outubro de 2011

No conhecer...

Conhecer ou não conhecer,
Costuma-se dizer,
Eis a questão...
Mas neste caso,
Apenas é mais um retrato,
Do que eu gostaria de fazer,
Conhecer o meu ser...
Sentir o que sinto,
E não magoar ninguém...
Sentir que sou eu,
E poder voar livremente,
Sem explicar a mim mesmo,
O porque de ter tomada aquela direcção...
Só queria poder dizer,
Que me conheço e que não conheço,
Quem não está cá...
Só queria libertar-me do meu conhecimento,
E poder voar com ele,
E acreditar que não conheço,
O que realmente me faz não conhecer...
Só quero poder ter asas,
E essas já as desenhei,
Para um dia na lua,
Ver a Terra no seu esplendor,
Com seres apenas de sorrisos,
E saber que o que sei,
Nada mais é do que,
O meu conhecer...
Só queria poder conhecer,
Uma forma de ser livre,
E não magoar-me a mim...