domingo, 10 de maio de 2009

Sem avisar...


Molhados, por aquela chuva que caia, sem termos dado conta de ela ter aparecido, tal estávamos empenhados nos beijos que dávamos... A tentar perceber, onde poderíamos estar, pois levados pela leveza do nosso ser, fomos caminhando ao som da chuva a bater nos nossos corpos... Desenhamos, perfeitamente círculos, que ao fim de algum tempo, pareciam quadrados tal a nossa emoção... Beijos quentes, que nos aqueciam, e que nos faziam pensar como a felicidade era nossa e mais nada aparecia em nosso caminho... A luz que se desenhava ao fundo, fazia-nos ir, calmamente em direcção a ela... Ao chegar lá, nosso cabelos molhados, faziam correr um rio de agua pelo nosso corpo... Paramos e quisemos ver o que lá estava a dar tanta luz, olhamos e vimos algo a sorrir para nós, sem deslumbrarmos o que era... Entramos, pedimos licença... Não vimos ninguém, apenas algo a sorrir... Continuamos e vimos alguém de braços esticados a olhar para nós... Corremos, vimos e adoramos o que vimos... Olhamos um para o outro e sorrimos... Chegamos ao local mais belo que tínhamos... Chegamos a mais um caminho que queríamos percorrer... Molhados, algo que também gostamos, encontrámos o que procurávamos... Sentimos que seriamos a partir desse dia, alguém para mais alguém... Somos sonhadores de realidades... Somos o que fazemos e o que merecemos... Mas os corpos molhados, juntos e unidos, nem deixavam perceber o quão molhados estávamos por outras razões... Sentíamos a vontade a crescer dentro de nós, não sabíamos como a parar... Procurávamos um local para podermos deitar cá para fora a vontade que sentíamos... Quem sorria para nós, apontava um local, parecia um sitio escuro, não percebíamos o porque de estar a apontar para ali... Seguimos, para lá, para poder ver o que lá tinha... Abrimos a cortina, vimos uma luz, azul clara, que iluminava pouco o local, uma cama, coberta de pétalas de flores, permanecia ali... Olhamos, tinha os nossos nomes desenhados na cabeceira da cama... Sorrimos, deitamos e beijamos-nos ali loucamente... Fomos tirando a roupa molhada que tínhamos... Com os corpos colados um ao outro, seguimos intensamente o caminho do amor... No final de desejos, vontades e ânsias... Descobrimos o que nos sorria... E o seu significado... Ali tinha vontade de estar e de permanecer nas nossas vidas... Os beijos dividiram-se de sorrisos e caricias... Tudo o que sempre sonhamos tinha aparecido naquele dia, em que a chuva apareceu sem avisar...

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